Meu coração
cão em disparada
ponto de partida
longa é a estrada
Longa é a estrada
doce, mel, molhada
tâmara na boca
uivo contra o vento
Uivo contra o vento
cipó do cerrado
corpo compatível
passo partilhado
Passo partilhado
pé da cordilheira
eixo alinhado
ao ciclo do ouro
De amante
21 julho 2011
18 janeiro 2010
A outra
Eu sou a outra daquela uma, que Deus a tenha, coitada
Cabelos negros, em seu colo, enfim amparada.
Eu sou a outra, daquela uma, buscas sinceras roubadas
Fora do curso, urgente, a toda hora desviada.
Eu sou a outra daquela uma, em fotos grafada
Precipícios, cordilheiras, desvalida, desvairada.
Eu sou a outra, a destemida
Daquela uma, destronada,
Segunda parte da vida,
Início de uma longa estrada.
Cabelos negros, em seu colo, enfim amparada.
Eu sou a outra, daquela uma, buscas sinceras roubadas
Fora do curso, urgente, a toda hora desviada.
Eu sou a outra daquela uma, em fotos grafada
Precipícios, cordilheiras, desvalida, desvairada.
Eu sou a outra, a destemida
Daquela uma, destronada,
Segunda parte da vida,
Início de uma longa estrada.
Primeiros socorros
Morada doce do corpo
Desandou
Por medo, susto, agonia
Antes pouso da alegria,
Perdeu a mão
Desandou.
Buraco negro, vago , corroído,
Sem conteúdo, socado, sofrido.
Carece abrir janelas,
Abrir as portas,
Arejar.
Carece fechar os olhos,
Quedar-se quieto,
Acomodar.
Entre a orquídea do peito, e a mina do coração.
Carece som de viola, olhar de criança, cheiro de flor
Carece mão carinhosa, àgua do mar, luz do amor.
Desandou
Por medo, susto, agonia
Antes pouso da alegria,
Perdeu a mão
Desandou.
Buraco negro, vago , corroído,
Sem conteúdo, socado, sofrido.
Carece abrir janelas,
Abrir as portas,
Arejar.
Carece fechar os olhos,
Quedar-se quieto,
Acomodar.
Entre a orquídea do peito, e a mina do coração.
Carece som de viola, olhar de criança, cheiro de flor
Carece mão carinhosa, àgua do mar, luz do amor.
Manhã de sol
(para Nina, 23.06.09)
Como é que, de repente
O mundo deixou de ser urgente?
E o passo aflito desliza agora,
Em mão única?
Como é que o anseio frustrado, de repente, é calma?
E o vazio, céu estrelado?
De repente, manhã de sol, retrato de gazela.
Lar, leito, brancura de lençol.
A vida passada à limpo.
De repente, na manhã de hoje,
Um dia cheio de manhãs.
Como é que, de repente
O mundo deixou de ser urgente?
E o passo aflito desliza agora,
Em mão única?
Como é que o anseio frustrado, de repente, é calma?
E o vazio, céu estrelado?
De repente, manhã de sol, retrato de gazela.
Lar, leito, brancura de lençol.
A vida passada à limpo.
De repente, na manhã de hoje,
Um dia cheio de manhãs.
15 novembro 2009
Quem sou eu
À noite fantasmas
De dia empreitadas
Antes do sol, pássaros
Durante a lua, segredos
Em todos os momentos, música
Na hora da alegria, dançar
Na hora da tristeza, dançar
Na hora de fugir, dançar
Na hora de ficar, dançar
No escuro de se ver, escrever, escrever, escrever.
De dia empreitadas
Antes do sol, pássaros
Durante a lua, segredos
Em todos os momentos, música
Na hora da alegria, dançar
Na hora da tristeza, dançar
Na hora de fugir, dançar
Na hora de ficar, dançar
No escuro de se ver, escrever, escrever, escrever.
01 novembro 2009
memória olfativa
Cheiro de chuva,
é o cheiro de uma criança livre
Cheiro de maresia,
é o cheiro de anseios de uma jovem solitária
Cheiro de pão,
é o cheiro de curar mãe, privada dos seus filhos
Cheiro de suor,
é cheiro de amar o companheiro
Cheiro de mato,
é o cheiro de chegar em casa
Cheiro de neta,
é o cheiro que trouxe a paz.
é o cheiro de uma criança livre
Cheiro de maresia,
é o cheiro de anseios de uma jovem solitária
Cheiro de pão,
é o cheiro de curar mãe, privada dos seus filhos
Cheiro de suor,
é cheiro de amar o companheiro
Cheiro de mato,
é o cheiro de chegar em casa
Cheiro de neta,
é o cheiro que trouxe a paz.
31 outubro 2009
Música em mim.
Dez músicas relembradas, dez momentos vividos. Enquanto eu falava para o grupo de amigos escreviventes, um passado se atualizava. Eu que gosto tanto do presente, sempre e sempre, me comovia com aqueles retalhos da minha vida.
Hoje são outras músicas, outros começos, outras pessoas, outras estradas. Um dia, talvez, cantarei novamente para ouvidos acolhedores, reconhecendo meu personagem em notas musicais.
Hoje são outras músicas, outros começos, outras pessoas, outras estradas. Um dia, talvez, cantarei novamente para ouvidos acolhedores, reconhecendo meu personagem em notas musicais.
Assinar:
Postagens (Atom)